Inspiração





E  quando chega aquele momento em que nos deparamos com a folha em branco e nada sai?

Isso é bloqueio de escritor! Mas ao contrário do famoso Impulse, o que acontece não é um moço giro oferecer-nos  flores, é sim o nosso  cérebro, que possuindo um mecanismo tão preciso outrora, é abandonado pela fogosa imaginação e fica todo o dia a lamuriar-se de calças de pijama no sofá.

A partir daí, todo o esforço hercúleo que o escritor faz para que as personagens se apresentem e deem rumo à sua vida é inútil! Dentro do seu cérebro resta apenas vento, como se lá se desenrolasse um filme de faroeste e agora só restassem os rolos de feno a voarem. Mas para onde foi toda a gente caramba?!

Começa então a famosa busca pela inspiração, a roldana que vai pôr tudo a funcionar como antigamente e chamemos-lhe, porque não?!,  a conciliadora, pois ela vai ter a importante tarefa de reconciliar o nosso cérebro com a imaginação.

Há quem diga que para a encontrarmos  podemos ir dar um passeio,  respirar ar puro, ler um livro, fazer um curso de storytelling… e eu acrescento ainda, fazer um pino e contar até cem, andar pela rua só pisando a calçada preta, bater os calcanhares das nossas sabrinas de rubi e repetir três vezes “There’s no place like home” (não necessariamente por esta ordem).


Enfim truques infalíveis não existem, e o que subsiste é a nossa  perseverança, não desistirmos, agarrarmo-nos  com unhas e dentes àquilo que gostamos, que nos dá prazer. Escrever, escrever, escrever, mesmo que no fim ao revermos,  só nos reste o delete do teclado, mesmo que no fim ninguém nos leia. Trata-se enfim de um prazer solitário na sua essência, esse, o da escrita!






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